O PONTO (Meditação)
Um
dia, percebi adiante no meu caminho um ponto pequenino, negro, bem distante...
lá no horizonte. Fitando-o bem, notei que apesar de ser apenas
um ponto, ele era grandioso e escondia dentro de si um mistério
ainda não pesquisado, ainda não percebido. Ele sorriu
quando se sentiu observado. Pensei... se sorriu não deve ser
mau, nem selvagem. Assim, procurei travar com ele melhor entendimento,
melhor relacionamento. Conversamos... ele me conhecia bem, logo pude
perceber. Brincava com minha ignorância, com meu pouco saber.
Assim ficamos durante três longos anos. De maneira nenhuma ele
queria se revelar, apenas fazia sugestões que não me levavam
a nada. Divertia-se comigo, com minha paixão desmedida e irreal.
Cansada, sentindo-me
distante e desgarrada do dia a dia, das coisas reais que vibravam à
minha volta, estava quase desistindo dessa louca obstinação
de desvendar o segredo do misterioso ponto. Foi quando um dia, terminando
uma refeição, preparava-me apressadamente para sair, ACONTECEU
na minha mente de modo imprevisto, a revelação do segredo
do misterioso ponto. Dois quadrados sobrepostos, como mostra a figura
abaixo. Então, durante um ano dediquei-me a um trabalho de grande
concentração baseado na imprevista revelação.
Conseguindo assim UM NOVO E MARAVILHOSO TRATADO DE PERSPECTIVA EXATA,
com novo fundamento e novo sistema, que libertou o espaço tridimensional
no desenho. O misterioso ponto a que me referi acima, nada mais é
que o chamado ponto de distância existente na linha horizontal da
geometria espacial (estereometria). Ele refere-se à profundidade
(uma das dimensões, relativas ao espaço tridimensional.)
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