PERSPECTIVA
TRADICIONAL
O
Arquiteto e Professor do Curso de Arquitetura da Universidade Federal
de Pernambuco faz no texto abaixo um relato breve e realista das dificuldades
existentes na perspectiva tradicional executada pela projeção
cônica.
“E NO FUTURO ?”
“A perspectiva cônica tem vários inconvenientes: o
ponto de vista estático, a deformação lateral, o
paralelismo das verticais, o ângulo visual pequeno. Os dois últimos
podem ser corrigidos, em parte, quando usamos o quadro inclinado, mas
o desenho de prancheta resulta extremamente trabalhoso. É um inconveniente
que se pode superar com o computador gráfico ... que é pouco
acessível.
Se
aceitarmos as teorias recentes sobre o funcionamento da visão e
do cérebro deveremos partir para a adoção de novos
princípios: do ponto de vista (olho), movimenta-se, percorre os
objetos (como a televisão) em linhas e pontos sucessivos que são
localizados e focalizados. No cérebro forma-se a imagem completa,
soma de muitas imagens parciais. Cada imagem tendo seu próprio
ângulo visual, as aberturas angulares serão definidas por
arcos e não por retas. (Não se trata por puro acaso o fato
de que esta idéia coincide com a moderna teoria da estrutura do
Universo !) E os arcos devem ser representados sobre uma superfície
esférica. É o que já se vem fazendo na Fotografia
com a lente grande angular do tipo “olho de peixe”.
A
teoria da Perspectiva Esférica não é mais complicada
do que a Perspectiva Cônica, que acabamos de estudar. Ocorre, apenas,
que a representação da perspectiva esférica não
é cômoda, não é adequada aos instrumentos tradicionais:
régua, esquadros e compasso.
O
computador gráfico superou essa inadequação. É
portanto um vasto campo aberto para os estudiosos.”
Página
150 - Texto do livro “A PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS” de
Gildo A. Montenegro – 1983 Editora Edgard Blucher Ltda.
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