APRESENTAÇÃO
Alberti,
em seu tratado sobre a pintura do ano de 1435, desenvolve a perspectiva
explicando que os raios de luz refletidos do objeto ao olho, formam
um cone. Se interceptarmos esse cone por um quadro transparente a alguma
distância dos nossos olhos, poderemos delinear nele a imagem do
objeto observado. Esta perspectiva linear central estudada por Alberti
e pelos pintores renascentistas do século XV possui um ponto
de fuga, para onde convergem todas as linhas do desenho referentes à
profundidade.
Realizada mecanicamente, sem precisão matemática,
este tipo de perspectiva, durante todos estes séculos, não
foi aperfeiçoada com nenhuma inovação.
Com o desenvolvimento
arquitetônico alcançado no século XX, inventou-se
a perspectiva oblíqua. Ela apresenta uma imagem vista de quina,
resultando dois pontos de fuga laterais opostos. É uma projeção
cônica dentro de um sistema — Teoria das Projeções,
apresentando-se matematicamente exata. Este tipo de perspectiva adapta-se
quase que totalmente aos projetos arquitetônicos, deixando em
dificuldade outros tipos de desenhos que requerem uma execução
mais simples, não dispensando uma precisão matemática.
Como exemplo posso citar os decoradores, paisagistas, cenógrafos,
artistas plásticos, publicitários etc.
A projeção de uma planta baixa, com que
trabalham os arquitetos, além de ser muito trabahosa, se adapta
quase que totalmente à execução de fachadas de
edifícios e de casas (projetos de exteriores).
Às
vezes, no exercício de nossa profissão deparamos com dificuldades
que impedem a completa realização de nossos trabalhos
profissionais. Os escritos deixados por antecessores que serviram de
base para nossos estudos, nem sempre apresentam-se desprovidos de dúvidas
e indagações. Ao recebermos esses ensinamentos em livros,
nos bancos escolares ou por profissionais que desempenham a tarefa diante
de nós, devemos nos preocupar com essas dúvidas e indagações
existentes, ou não haverá a possibilidade dos conhecimentos
passados serem aperfeiçoados.
Ficaremos
assim, parados no tempo, juntamente com nossos trabalhos profissionais.
Todo o ser humano tem o direito de expor suas idéias
e opiniões, mesmo correndo o risco delas não serem aceitas
depois de provadas e examinadas.
Este fato
não deve preocupar ao estudioso e sim a alienação
e desprezo pelas novidades apresentadas por pessoas que se intitulam
cultas.
É interessante observar que, às vezes
a solução criativa e inovadora para um problema está
na nova associação de elementos já existentes.
O novo tratado de perspectiva aqui apresentado é
revolucionário e de repercussão mundial, pois foi elaborado
baseando-se num NOVO CONCEITO BÁSICO, que tive a dádiva
de descobrir, fazendo uma nova combinação de elementos
já existentes.
Esses conhecimentos se achavam tão bem “ocultos”
em livros que adquiri ao acaso em livrarias da cidade. Com eles, mais
os conhecimentos adquiridos nas habilidades rotineiras do trabalho,
pude dar vida à imaginação, chegando à criação
de uma nova perspectiva exata milimetrada.
A idéia fundamental para a realização
deste trabalho surgiu-me inesperadamente depois de ficar durante muito
tempo procurando um modo de encontrar o plano em escorço, sem
usar o sistema de projeção cônica usado na execução
da perspectiva oblíqua.
O novo
sistema de rebatimento do plano vertical, que descobri, solucionou por
completo os problemas da perspectiva. Tornou-a livre para se desenhar
com precisão matemática em quaisquer tipos de perspectiva:
paralela, oblíqua e aérea de 1, 2 e 3 pontos de fuga respectivamente.
Permitiu-me inclusive a criação de outros tipos de perspectiva
aos quais intitulei de perspectiva paralela aérea (2 pontos de
fuga) e perspectiva integrada (5 pontos de fuga).
Para os
tipos de perspectiva criei estruturas geométricas, as quais desenha-se
o que se quiser em qualquer altura da linha do horizonte, milimetradamente
com precisão matemática. Sem cálculos ou fórmulas
matemáticas, o trabalho é executado de forma mecânica,
usando-se somente linhas e pontos diversos como é peculiar ao
trabalho em perspectiva.
Todos os
desenhos, inclusive os das vistas aérea, são realizados
sobre ângulos abertos, apresentando vista ampla e completa, como
nossos olhos estão acostumados a ter na realidade.
Este novo
sistema de perspectiva permite não só realização
de desenhos arquitetônicos, como qualquer outro tipo de desenho.
A realização milimetrada do sistema domina totalmente
as três medidas relativas ao espaço tridimensional: altura,
largura e comprimento ou profundidade. Esta última sempre foi
a grande incógnita da perspectiva nos sistemas atuais.
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